segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fechando caixas

Chega uma hora em que a gente se dá conta de um punhado de coisas que passaram e conclui que - ainda bem que passaram. É como fechar caixas, guardar coisas resolvidas e se sentir aliviado por elas terem enfim passado.
Alice andou olhando pra trás e fechando essas caixas.
Aprendi muito no último ano, minha vida mudou um bocado. Devido a muitos acontecidos, uma penca de desafios que brotaram de escolhas até então inéditas me fizeram amadurecer de verdade. Eu tava meio congelada, meio estagnada, precisando adultescer de vez. E foi o que aconteceu.
Há um ano atrás...

Eu vivia como se tivesse maturidade mas não tinha tanto assim.
Eu tinha carro mas colecionava multas.
Eu tinha conta no banco mas um cheque especial interminável e saguessuga.
Eu tinha um salário razoável mas nunca tinha dinheiro.
Eu tinha beleza mas só engordava e não tava ligando muito pro que ia acontecer.
Eu tinha um trabalho mas não levava a sério (porque o detestava).
Eu tinha animais de estimação mas deixava as despesas deles pra minha mãe pagar.
Eu tinha horários e compromissos mas nunca era pontual.
Eu tinha contas pra pagar mas nunca estava em dia.
Eu tinha liberdade mas a desperdiçava com as pessoas erradas.
Eu tinha convicções que só existiam em teoria e na minha cabeça, claro. Um punhado de achismos superficiais.
Eu caminhava persistentemente, mas em direção a lugar algum, sem construir nada, sem planos e sem perspectivas.
Eu estava viva mas não era dona de mim.

Ainda tenho todas essas coisas e outras mais (inclusive mais responsabilidades), mas a postura é outra. É um alívio extremo pensar que hoje tudo é diferente, a começar por mim mesma. Foi foda crescer e virar gente. Mas o resultado é maravilhoso de se colher.

Alice fechando caixas

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