sábado, 25 de dezembro de 2010

vocês e suas desresoluções


Não me metam nisso.
Vão lá discutir que a água não molha e que presente e passado dialogam coerentemente.
Me tirem dessa.
Familiazinha feliz é o cacete, nunca existiu.
Essa bad trip, essa onda maligna é suas.
Caio nela não.
Pra mim sempre foi e sempre será. Eu aqui, você ali, e o outro lá.
To disposta não. Reinventar a roda é tarefa pra burros e desocupados. Não me encaixo no perfil.
Até porque essa roda sempre sai quadrada, Torre de Babel, castelinho de areia.
Desempenhem seus papéis designados comigo e tá de bom tamanho o acordo, justo?
Quero nem saber do desfecho.
Lambam vocês as feridas e arranhem-se por cima da antigas.
Mas longe de mim, ok?
Ficamos melhor assim.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

a esperança é medonha

Porque se não der certo vai ser foda.
Então tenho mesmo um medão danado da esperança.

Ontem confessei que tenho esperança.

Prontofalei.
Ai que medo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

mãe


quero voltar a te admirar.
a confiar nas suas palavras
a crer na transparência de seus desejos
a acreditar que você terá perseverança
...
caso contrário, não vejo remédio pra frustração na qual me vejo em relação a você,
assustada com qualquer dificuldade
dispersa como uma criança diante de uma tarefa de peso.
...
E eu nem posso te contar isso.
Tenho lá eu o direito de querer te dizer o que acho disso ou daquilo, ou o que seria melhor pra você?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sobre as horas e a hora certa


Para alguém ansioso, existem poucas coisas tão sofridas como a espera.
Nunca fui boa nisso, apesar de já ter tido alguma melhora de uns anos pra cá.
Mas tem hora que parece que alguém tá apertando minha garganta.
E não duvido que seja eu mesma. Dá até dificuldade de respirar, sério. Fundo então, nem se fala.
Pesadelos todo dia, sonhos malucos de toda sorte. Noites de sono interrompidas abruptamente, como se alguém viesse e me desse um mega cutucão.
Eu reclamo aqui, porque senão vão dizer por aí que reclamo demais.
Deixei de ser religiosa faz tempo, mas hoje acendi uma vela. E rezei, pedi, acreditei.
Ficar alternando dias de esperança, projeções legais de um futuro próximo com dias de completa exaustão mental, medo e angústia andam me deixando acabada.
E tem dias, claro, que queria morrer. E o que há de mal nisso? Não vou morrer por causa disso. Nem vou me matar. Nem deus vai me castigar. Todo mundo em algum momento já quis deixar de existir, porque naquela hora, simplesmente, existir tava difícil. Vamos reconhecer que é verdade, não vamos negar, é mais fácil e menos hipócrita.
Pronto falei.
Eu fiz tudo pra dar certo.
Mas se não der certo agora, será numa próxima vez, tenho certeza.
Quando era criança e, no mês de outubro, já ansiosa pela chegada do Natal, ouvia minha vó dizer: "Calma que até lá ainda tem muita água pra passar debaixo da ponte."
Soava meio desesperador. Afirmava que o Natal tava de fato longe e que coisas podiam acontecer no meio do caminho e mudar todos os nossos planos. Que droga, pensava.
Com o tempo fui vendo que depois de passadas as águas, havia mesmo acontecido várias coisas, talvez pra melhor, ou pra pior, mas o Natal sempre chegava.
A maturidade foi me ensinando que é mais esperto observar essas águas enquanto passam, aproveitá-las, estar atenta à movimentação até que chegue o momento. Porque ele chega mesmo. Mas sempre chega na hora certa
Então calma.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O melhor da festa

é que mesmo no final
quando o fim-de-semana acabou, a noitada, a bebedeira, o filme...
eu ainda levo você pra casa
a melhor sensação do mundo... é de não ter que me despedir de você, nunca.
o anel no meu dedo que tem o seu nome é só um anel
mas o seu nome nele é a maior segurança que carrego
eu sempre vou voltar pra casa, pra você


Vamos falar de clichês?rsrs

Alice

terça-feira, 26 de maio de 2009

me livra dessa

Ok, vamos rever algumas coisas?
Eu queria, de verdade, te dar uma folha de papel dizendo que te abstenho da tarefa de ser meu pai.
Lá também vou dizer que não guardo e não guardarei ressentimentos quanto a isso. Estou lhe propondo, na tal folha, que isso seja feito em nome da paz (minha).
Assim não mais me frustrarei com sua incapacidade de ser meu pai, pois você não o será mais. Não se espera atitudes de pai daquele que não é seu pai. Estaria colocando fim a esse buraco que você nunca soube tampar. Fim também será dado às minhas carências. Pois pior do que não ter um pai é ter um quase pai, um pai que não é pai, um pai que não é, não está e nem nunca esteve.
E pronto. Aí, se eu alguma vez no futuro me preocupar com você, com seus desvaneios e sua irresponsabilidade, sua postura ridícula diante da vida... aí será mera compaixão. E só. Daquelas que não vingam, que passam depois de uma noite de sono.
Eu quero uma vida sem pai. Porque já vi o suficiente do pai que a vida me deu.
Eu não tenho esse direito?
Vamos por no papel?
Quero ser uma pessoa sem pai. Ninguém me convence de que não seria mais fácil.
Já me sinto até mais leve de pensar...


tentando achar a saída mais próxima,

Alice

sábado, 9 de maio de 2009

Quando tá escuro,,,


Estou com medo, pânico, estou apavorada. Suando frio, com calafrios, ondas de calor e tonteiras. Não ensinaram pro médico imbecil que angústia é diagnóstico também.
Medo do que é e o que vai ser. Eu não consigo definir agora, pois só tenho medo.
O medo de Alice é um medo surreal, assim como o meu.
E eu não consigo nem quero trabalhar nesse meio tempo, só queria ficar muito muito quieta.
As coisas disformes, o caminho que não mostra seu fim nem duração.
Alice não sabe o que haverá atrás da próxima porta.
E o que vai lhe acontecer ou não. Pode ser bom, ruim, ou ambos ao mesmo tempo. Mas ela é só medo.
E ainda existem cachorros que ela quer soltar por aí, apesar de todo medo

"... mas ainda sei me virar..."